Você já se prometeu mil vezes que não ia gritar com os filhos…
Jurou para si mesma que da próxima vez ia respirar fundo antes de explodir…
E aí, quando menos esperava, lá estava você de novo: gritando, explodindo, descontando sua raiva em quem não tinha nada a ver com a situação.
Depois vem a culpa. Aquela sensação horrível de ter falhado mais uma vez. De ser uma péssima mãe, uma mulher descontrolada que não consegue nem dar conta das próprias emoções.
Você se promete: “da próxima vez vai ser diferente”. Mas nunca é. E você sabe disso.
Sabe que, por mais que você tente se controlar para não explodir com quem você mais ama, você sempre acaba saindo do seu eixo e perdendo a paz.
Mas hoje você vai entender por que o autocontrole que você pratica, na verdade, é um veneno que só piora a forma como você lida com suas emoções.
E mais importante: vai descobrir como se tornar uma mulher leve naturalmente, que sabe lidar com suas emoções sem perder a paz e sem magoar os outros.
Você já se perguntou por que consegue ser doce e paciente com estranhos, mas explode com quem você mais ama?
Anota isso que eu vou te falar:
Quando você explode, não é porque perdeu o controle. É porque está tentando controlar demais.
E isso cria uma pressão interna que, mais cedo ou mais tarde, vai encontrar uma válvula de escape.
Geralmente nas pessoas que você se sente segura o suficiente para mostrar seu pior lado.
O que realmente acontece quando você está estressada
Sua raiva não é sobre o presente. É sobre o passado.
Quando você explode porque alguém deixou a toalha molhada em cima da cama, não é sobre a toalha. Quando você grita porque seu filho derramou suco no sofá, não é sobre o suco.
É sobre todas as vezes que você:
- Se sentiu desrespeitada e não disse nada
- Engoliu sapo para manter a paz
- Disse “tudo bem” quando não estava
- Aceitou menos do que merecia
- Se anulou para agradar os outros
Você não está irritada. Você está cheia.
Por que tentar se controlar não funciona?
Sabe por que você repete esses padrões explosivos? Porque você pratica o autocontrole. E o autocontrole não funciona.
Ele pode funcionar por um tempo se você estiver extremamente atenta e vigilante. Mas na primeira distração, no primeiro deslize em que você não estiver focada em se controlar, você vai agir dentro do seu padrão normal e automático de comportamento de novo.
Por quê? Porque você não transborda o que você quer, você transborda quem você é!
Seus comportamentos são controlados pelas suas memórias e pelas verdades que você carrega.
💡 Quando você pratica o autocontrole, você não trocou a lente pela qual estava enxergando a vida. Você só colocou uma tampa na panela de pressão.
Em outras palavras: você continuou sendo uma mulher explosiva e reativa, só está fazendo força para se controlar e não deixar isso se mostrar do lado de fora.
Você não transborda
o que você quer |
Você transborda
quem você é |
Paz | Imaturidade emocional |
Leveza | Esgotamento por se atropelar |
Equilíbrio | Desequilíbrio interno |
Mas isso não precisa ser uma sentença!
Como a culpa alimenta sua explosividade
Provavelmente, você conhece bem esse ciclo:
Primeiro explode, depois se sente culpada, promete se controlar, a pressão interna vai aumentando e você explode de novo, até pior que antes.
A culpa que você sente depois de explodir não te torna uma pessoa melhor. Ela te torna uma bomba-relógio mais perigosa.
Porque enquanto você está ocupada se culpando e se controlando, não está curando a raiz do problema.
A diferença entre controle e cura
Controlar é superficial. É exaustivo. E principalmente: é temporário.
Curar é profundo. É definitivo. É libertador.
Curar é transformar o seu interior, quem você é, o seu emocional. Para assim, não precisar mais “se controlar”.
Você não precisa mais se esforçar para parecer leve e em paz. Você se torna, de verdade, uma mulher leve e equilibrada.
Curar o seu emocional não significa nunca mais sentir emoções negativas, como a raiva ou a explosividade. Mas significa que você saberá lidar com essas emoções desafiadoras, quando elas surgirem.
E principalmente, que elas não irão determinar as suas reações.
Porque anota isso: reações exageradas nascem de feridas que ainda não foram curadas.
Como transformar raiva em clareza
A raiva não é sua inimiga. Ela é sua professora.
Toda vez que você sentir raiva subindo, ao invés de tentar controlar, pergunte:
- Qual limite meu está sendo cruzado aqui?
- Qual necessidade minha não está sendo atendida?
- Onde eu estou me atropelando nesta situação?
Cada vez que você explode, seu inconsciente está tentando te mostrar algo. Está apontando para uma ferida, uma necessidade não atendida, um limite que foi ultrapassado.
A pergunta não é “como paro de explodir?” A pergunta é: “o que minhas explosões estão tentando me ensinar?”
Quando você começa a ver suas irritações como mensageiras ao invés de inimigas, tudo muda.
💡 Anota isso: pessoas inteligentes aproveitam os momentos de desconforto para se atualizar. Pessoas distraídas desperdiçam o desconforto tentando controlá-lo.
O que fazer quando a raiva surgir?
Como falei antes, você vai ter que lidar com emoções desafiadoras. A vida não vai parar de te desafiar. E muitas vezes, vai dar vontade de surtar.
Mas eu tenho duas estratégias práticas que eu mesma sigo para me manter no meu eixo e permanecer em paz.
Não é autocontrole. Sabe por quê?
Porque essas práticas me ajudam a me investigar. Elas contribuem para a cura do meu emocional na raiz.
- Observe sem julgar: quando sentir a irritação subindo, pause. Se pergunte: “o que exatamente me irritou aqui?” Não é para se julgar. É para se investigar e se observar.
- Dê nome ao seu monstro: dentro de você existe um monstro raivoso. É ele que toma conta de você, quando você explode. Qual o nome desse monstro? O meu, por exemplo, se chama Medusa. Dar nome te ajuda a identificar os sinais desse monstro, e evitar que ele venha à tona. Você aprende o que “alimenta” esse monstro, como ele reage e em que momentos ele costuma dar as caras.
Ser explosiva não é sentença
Suas explosões não fazem de você uma pessoa ruim. Elas fazem de você uma pessoa no limite que precisa rever suas premissas sobre o que precisa aguentar.
A boa notícia é que você não precisa viver assim. Você não precisa ser a mulher que aguenta tudo e explode com quem ama.
Você pode ser a mulher que conhece suas emoções, que tem ferramentas para voltar para o eixo e que sabe lidar com as situações desafiadoras sem precisar surtar o tempo todo.
Não é sobre controlar melhor. É sobre não precisar controlar porque você não está mais vivendo no limite.
Me conta aqui nos comentários: qual situação mais te tira do sério? O que você acha que essa irritação está tentando te ensinar?
Bjs,