Por que você repete os mesmos padrões em relacionamentos?

Você já se pegou vivendo o mesmo filme, só que com pessoas diferentes?

Aquela sensação de déjà vu quando percebe que, apesar de ter jurado nunca mais passar por certa situação, lá está você… de novo…  em um relacionamento que te espreme, te diminui e te faz questionar seu valor?

Isso que você chama de  “azar no amor” e ‘’dedo pobre’’ não é coincidência.

Quando eu vivia pulando de relação bagunçada em relação bagunçada, eu fazia o mesmo: culpava o outro, culpava o “azar”, culpava tudo, menos a parte que realmente importava – o que havia dentro de mim que permitia aquela situação.

Eu terminava uma relação, sentia aquele desespero inicial, depois vinha o alívio… “Nossa, ainda bem que saí desse relacionamento!”.

E então, sem investigar o que havia me colocado ali, seguia em frente – direto para o próximo relacionamento problemático.

A verdade é que existe um motivo para você atrair e ser atraída por esse tipo de relação. 

E não, não é porque você é “burra” ou “ingênua” – é porque existe uma ferida não cicatrizada dentro de você que precisa ser investigada. E hoje eu vou te mostrar por que você continua tropeçando nas mesmas pedras, mesmo jurando que aprendeu a lição.

 

Por que você sempre se envolve em relacionamentos tóxicos?

Quando eu vivia pulando de relação bagunçada em relação bagunçada, eu culpava o outro. 

Culpava o “azar”. 

Culpava tudo, menos a parte que realmente importava: o que havia dentro de mim que permitia aquela situação.

Eu terminava uma relação, sentia aquele desespero inicial, depois vinha o alívio… “Nossa, ainda bem que saí desse relacionamento!” 

E então, sem investigar o que havia me colocado ali, eu seguia em frente – direto para o próximo relacionamento problemático.

A verdade é que existe um motivo para você atrair e ser atraída por esse tipo de relação. E não, não é porque você é “burra” ou “ingênua” – é porque existe uma ferida não cicatrizada que continua aberta, esperando ser curada.

 

Como identificar padrões de relacionamento autodestrutivos?

padroes-autodestrutivos

O primeiro passo para sair desse ciclo é reconhecer que você está nele. E os sinais são claros quando você se permite enxergá-los:

  • Seus relacionamentos podem mudar de rosto, mas os problemas são sempre os mesmos
  • Você termina, sente alívio momentâneo, e logo adiante tropeça nas mesmas questões
  • As dinâmicas se repetem: você se anula, se atropela, tolera o intolerável
  • Você continua se sentindo insuficiente, independente de quem está ao seu lado

Esse é o momento em que a maioria das pessoas faz a pergunta errada: “Por que sempre encontro pessoas assim?” 

Quando a verdadeira pergunta deveria ser: “O que dentro de mim está criando esse padrão?”

 

O que te faz repetir relacionamentos que te fazem mal?

Seu inconsciente não busca felicidade – ele busca o familiar. Mesmo que o familiar seja doloroso.

Se você normalizou relacionamentos onde precisava “merecer” amor, onde se anular era sinônimo de cuidar, onde críticas eram “para o seu bem”, o seu cérebro foi treinado para reconhecer isso como “normal”. 

O que é familiar parece seguro, mesmo quando te destrói por dentro.

É por isso que você pode racionalmente saber que merece mais, mas emocionalmente continua se satisfazendo com migalhas afetivas. 

Você foi treinada para isso.

Esse “treinamento” começou muito antes do seu primeiro relacionamento. Sua infância, as dinâmicas que você observou em casa, o modo como seus cuidadores respondiam às suas necessidades – tudo isso moldou sua percepção do que é “normal” em uma relação. 

Se você cresceu vendo (ou vivendo) relações onde o amor era condicionado ou inconsistente, seu cérebro registrou isso como padrão aceitável.

Pessoas manipuladoras e tóxicas são especialistas em detectar essas vulnerabilidades. Elas são como imãs que encontram exatamente as feridas que você tenta esconder – e as usam para se conectar a você.

 

Por que você tem dificuldade em estabelecer limites nos relacionamentos?

Quando você não estabelece limites claros, você ensina os outros que podem ultrapassá-los repetidamente. 

E essa dificuldade geralmente vem de raízes profundas:

  • Medo de abandono “se eu disser não, ele vai embora”
  • Baixa autoestima “quem sou eu para exigir mais?”
  • Crença de que amor é sacrifício “se dói, é porque é amor de verdade”
  • Padrões familiares onde seus limites nunca foram respeitados

Quanto mais você aceita comportamentos que violam seu espaço, seu tempo e seus valores, mais reforça esse ciclo. 

E a vida vai continuar trazendo situações cada vez mais intensas, até que você finalmente aprenda a lição.

 

Como identificar sinais de um relacionamento bagunçado no início?

A manipulação costuma ser sutil no começo. É como um veneno doce – é saboroso no início, mas quando você percebe, já está intoxicada. Porém, existem sinais que, se você estiver atenta, pode identificar:

  • Críticas “construtivas” frequentes que diminuem sua autoconfiança
  • Isolamento pouco a  pouco de amigos e familiares (“eles não te entendem como eu”)
  • Ciúme excessivo disfarçado de preocupação
  • Gaslighting: você constantemente duvida de suas próprias percepções
  • Você se pega “pisando em ovos” para não desagradar

O problema é que, quando estamos provando desse veneno doce, entorpecidas, tendemos a ignorar esses sinais. Os interpretamos como “intensidade” ou “cuidado”. E assim, o ciclo se repete.

 

Como parar de se envolver em relacionamentos tóxicos?

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A maioria tenta resolver isso escolhendo “melhor” o próximo parceiro. Mas, isso é como trocar o sintoma sem tratar a causa.

Quando saímos de uma situação difícil, temos duas opções:

  1. Curtir o alívio, celebrar a liberdade e seguir em frente (para provavelmente tropeçar novamente)
  2. Pausar e perguntar: “O que dentro de mim permitiu que eu vivesse isso? Quais inseguranças? Quais medos? Quais crenças sobre meu valor?”

Se você não fizer essa investigação, a vida vai te trazer uma pessoa ainda mais habilidosa na arte de encontrar suas feridas. 

A lição vai ficar mais difícil, não mais fácil.

 

O que fazer depois de terminar um relacionamento tóxico?

Esse é um momento importante. 

Quando você sai de uma relação que te espremeu, que sugou sua energia, que te fez duvidar de si mesma, não pule para outra instantaneamente. Esse é o momento de ouro para o seu aprendizado e evolução.

Pergunte a si mesma:

  1. O que me fez aceitar menos do que eu mereço?
  2. Quais buracos dentro de mim permitiram que eu fosse manipulada?
  3. Quais medos e inseguranças me mantiveram nessa situação?
  4. De onde vem a crença de que não mereço algo melhor?

Essas perguntas são desconfortáveis, mas são elas que te levam à raiz do problema. E quando você cura a raiz, os sintomas (aqueles relacionamentos que te diminuem) desaparecem naturalmente.

 

Por que você tem medo de ficar sozinha mesmo em relacionamentos ruins?

O medo da solidão é um dos maiores combustíveis para relacionamentos tóxicos. 

Muitas vezes, aceitamos menos do que merecemos porque a solidão parece mais assustadora do que a dor conhecida.

A sociedade nos ensinou que estar em um relacionamento, qualquer relacionamento, é melhor que estar sozinha. E assim, acabamos confundindo solidão com solitude.

 

Solidão é aquele vazio doloroso que sentimos mesmo acompanhadas. Solitude é o estado de estar confortável consigo mesma, de se reconhecer como suficiente.

 

É no espaço da solitude que você desenvolve a força para não aceitar migalhas afetivas. É ali que você aprende a ser suficiente para si mesma. E quando você é suficiente para si, relacionamentos deixam de ser necessidades desesperadas e passam a ser escolhas conscientes.

 

Como construir relacionamentos saudáveis depois de experiências traumáticas?

relacionamento-saudavel

Depois que você fez o trabalho interno, investigou suas feridas e começou a curá-las, você naturalmente mudará o tipo de pessoa que atrai e por quem se sente atraída.

Isso acontece porque:

  • Você reconhece os sinais de alerta que antes ignorava
  • Seus limites se tornam mais claros e inegociáveis
  • Sua vibração é diferente – você não ressoa mais com o que antes parecia “normal”
  • Você se torna incapaz de tolerar comportamentos que antes aceitava

É como se você sintonizasse seu radar interno para detectar o que é saudável e o que não é. E o que antes se camuflava agora se torna óbvio.

Construir relacionamentos saudáveis não é sobre técnicas ou regras, é sobre estar saudável você mesma. 

Quando você cura suas feridas, naturalmente atrai pessoas que também estão em uma jornada de autoconhecimento e crescimento.

 

Cure a raiz para mudar o padrão

Quando a vida te apresenta os mesmos problemas em roupagens diferentes, não é coincidência. É um convite para olhar para dentro.

Cada novo relacionamento problemático é apenas um sintoma mais óbvio de algo que precisa ser tratado dentro de você. É como se a vida insistisse: “Olhe para isso! Cure isso!”

Se você continua tropeçando nas mesmas pedras, não culpe as pedras. Pergunte-se por que continua andando pelo mesmo caminho.

O que a vida quer é que você cure a raiz das suas questões. Mas, o que muitas vezes fazemos é nos livrar dos sintomas, comemorar o alívio momentâneo, e logo adiante tropeçar em questões muito similares.

Você não precisa de mais um relacionamento. Você precisa de autoconhecimento. Precisa investigar o que te mantém presa nesse ciclo. E quando você curar essa parte, os sintomas vão naturalmente desaparecer da sua vida.

Porque você não apenas vai reconhecê-los mais rápido, você vai ser incapaz de tolerar o que antes parecia normal.

E isso, isso sim, é liberdade de verdade.

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Verdade Carol! esse mergulho pra dentro se faz indispensável. Me libertei de um relacionamento anos e tóxico de 7 anos e só agora, sezinha, sou capaz de perceber o quanto estava vulnerável e fragil para aceitar o inaceitável. Que vc continue alertando pessoas para esse despertar, para que possam perder menos tempo de suas proprias vidas e voltarem a se ver com mais respeito. Obrigada pelos conteudos fantásticos!

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