Como encerrar ciclos saindo pela porta da frente?

Você é do tipo que desaparece quando quer termina? Que encerra ciclos no grito, na briga, ou com aquela saída abrupta, como quem bate a porta para não ouvir o próprio silêncio?

Quando chegam na sua vida, é a alegria da companhia, excitação de conhecer um novo universo, sempre uma festa! Mas na hora de ir embora… 

Umas fogem do problema. Outras armam um caos. E tem aquelas raras que conversam, explicam e saem de forma pacífica. 

Vou te fazer uma pergunta direta: qual dessas pessoas você é? 

 

“Depende da pessoa envolvida”

Desculpa, mas essa resposta não vale aqui, e você vai entender o porquê. A forma como VOCÊ corta vínculos diz muito mais sobre você do que sobre o outro. 

Posso falar isso porque por anos eu fui especialista em sair pelos fundos.

Quando algo me incomodava, eu ia diminuindo o contato, criando distância, até que simplesmente não havia mais relacionamento. Eu achava que estava me protegendo. Na verdade, estava sendo covarde.

E não estou falando só de relacionamentos amorosos, viu?

Certa vez, uma seguidora me contou que estava “de saco cheio” de uma amiga que sempre fura com ela sem avisar nada (bem chato, por sinal), mas, ao invés de conversar com a tal amiga, ela simplesmente bloqueou.

“É mais fácil assim, Carol. Evito conflito.”

Sabe o que eu falei pra ela? “Parece que você deu o comando para o seu ego agir.”

Porque olha só: quando você some, explode ou bate a porta, quem está no comando é seu ego assustado.

Ele traz o medo de:

  • Ser rejeitada na conversa
  • Não conseguir se explicar
  • Da reação do outro
  • Parecer “chata” ou “problemática”

Então ele sussurra: “Melhor sumir, é mais seguro.”

E você obedece, como se fosse uma criança fazendo birra quando as coisas não saem como ela quer. 

Isso, como você já deve ter me escutado dizer: é atitude de adulto mimado!

 

Como sair pela porta da frente?

amizade

Sair pela porta da frente não é sobre ser perfeita ou nunca magoar ninguém.

É sobre ser radicalmente responsável pela sua parte na situação, mesmo quando é difícil. É sobre ter a maturidade de encerrar um ciclo sem deixar pontas soltas desnecessárias.

Na prática, é:

Ter a conversa, mesmo que seja desconfortável

Comunicar suas razões de forma clara, mas gentil

Estabelecer limites sobre como será o “depois”

Desejar bem e seguir em frente sem rancor

Assumir sua responsabilidade sem jogar toda culpa no outro

Aqui eu abro um parênteses para o que sempre digo: o outro é livre, até para mentir, até para trair. Mas eu você é livre para não topar permanecer ali. 

Então, nessas situações, o mais maduro é dizer: 

“Eu entendo que você é livre para ____ mas essa dinâmica tem me feito sentir ___ então eu entendi que nesse momento não faz sentido continuar investindo nessa relação.”

Manter a porta aberta para o futuro, caso faça sentido

Um exemplo aqui é a forma como você sai de um emprego, por falta de maturidade, muitas pessoas fecham portas e mancham sua imagem profissional. 

Vale sempre lembrar sobre como você quer ser lembrada!

 

O “adeus” deve refletir o que você quer ser

Imagine a mesma situação, mas com sua essência no comando e não o seu ego.

A essência não tem medo de crescer. Ela pensa: “O que posso aprender com essa situação? Como posso sair daqui de forma que me orgulhe de mim mesma?”

A diferença é gritante:

🧠 Ego: “Vou sumir pra não me machucar”
Essência: “Vou conversar pra crescer com isso”

🧠 Ego: “Se eu brigar, tenho razão pra sair”
Essência: “Posso sair sem criar drama desnecessário”

🧠 Ego: “O outro que se explique sozinho”
Essência: “Vou assumir minha parte nessa história”

 

É assim que você deve encerrar ciclos:

Vou te contar uma coisa: toda vez que você foge ao invés de conversar, você está ensinando ao mundo que não consegue lidar com situações difíceis.

E o pior? Você começa a atrair pessoas que também fogem. Que também preferem drama a clareza.

É um ciclo vicioso onde ninguém sabe ter conversas maduras.

Pra quebrar esse “vício” sua postura ao cortar vínculos amorosos, de amizades, trabalho ou até familiar, deve ser pautada na busca por agir com maturidade emocional.

  1. Reconheça se quem está no comando é seu ego ou sua essência

Quando você sentir vontade de sumir ou explodir, pause e pergunte: “Isso é medo falando ou é uma decisão consciente?”

  1. Vire a chave

Respire e pergunte: “Como minha melhor versão lidaria com isso? O que posso aprender aqui?”

  1. Tenha a conversa

Não precisa ser um discurso. Pode ser simples:

  • “Percebi que nossa amizade não está fluindo como antes”
  • “Sinto que precisamos de uma pausa”
  • “Agradeço pelos momentos bons, mas seguir caminhos diferentes faz mais sentido agora”
  1. Assuma sua parte

Sem se culpar por tudo, mas reconhecendo: “Talvez eu não tenha sido clara sobre minhas necessidades” ou “Talvez eu tenha contribuído para essa situação.”

 

A liberdade de não fugir

Sabe qual é a sensação mais gostosa do mundo?

Saber que você lidou com uma situação difícil sem fugir.

Que você foi honesta, madura e assumiu responsabilidade. Que não deixou ninguém se perguntando “o que diabos aconteceu?”

É uma liberdade que o ego nunca vai te dar, porque ele sempre vai estar com medo de alguma coisa.

Se o outro não aceitar bem? Aí já não é mais um problema seu.

Você não está sendo madura para agradar o outro. Você está sendo madura por você.

Porque essa é a pessoa que você escolheu ser: alguém que enfrenta conversas difíceis ao invés de fugir delas como uma adolescente.

carol rache

 

Sua próxima chance de fazer diferente

Uma hora ou outra, a vida vai te dar uma nova oportunidade de praticar isso. Pode ser hoje, pode ser mês que vem.

E quando chegar a hora, se sentir aquela vontade familiar de sumir, de brigar e depois bater a porta, lembre-se do que leu aqui.

P.S.: Se você quer entender melhor essa dinâmica entre ego e essência, eu gravei um podcast de 4 minutinhos com esse tema. Lá eu explico melhor como saber diferenciar e como isso muda tudo na nossa vida. Toque aqui para ouvir agora.

Bjs,

logo carol

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adorei a leitura e faz muito sentido!

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