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Carol Rache

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Já percebeu que você é uma marionete da sua mente?

Todas as maldades que sua mente faz com você, você repete com as pessoas que te cercam.

Praticamos no externo aquilo que alimentamos no interno. Ou seja: a crueldade que oferecemos ao mundo parte, necessariamente, da forma cruel como muitas vezes nos tratamos.

De fato, vez ou outra, temos a habilidade de sermos muito cruéis com nós mesmos e extremamente gentis com o mundo. Porém, basta que as cortinas sociais se fechem para que as nossas convivências íntimas possam experimentar todo veneno que oferecemos a nós mesmos. Quando praticamos gentileza com nós mesmos, oferecer simpatia ao mundo exige muito esforço. Na primeira distração, colocamos nossos leões internos para fora.

Os discursos que a nossa mente nos conta sobre nós geralmente determinam o padrão das condutas que oferecemos ao mundo. E, por mais que isso pareça contraditório, se observarmos a raiz das histórias que nos contamos, perceberemos que não há como escapar dessa dinâmica.

Sua mente pode, por exemplo, te contar que você é a última Coca-Cola do deserto e que não há, neste mundo, ninguém melhor do que você. E, sendo assim, você naturalmente olha para as pessoas que te cercam de cima para baixo, percebendo-as como inferiores ou menos valorosas. Nesse caso, portanto, a regra de fazer com os outros o que a sua mente faz com você não se aplica, já que sua mente te coloca para cima, e você coloca as pessoas lá embaixo. Certo?

Errado. De onde você acha que vem a necessidade de se provar superior? Será mesmo que alguém que tem plena consciência do próprio valor precisa carregar discursos que atestem a condição de refrigerante mais gelado do verão? O padrão de superioridade nasce justamente da tentativa de esconder o medo de ser inferior. E, sendo assim, quando você inferioriza pessoas, está, no fundo, servindo ao padrão medroso da sua mente, que te diz que é melhor se proteger por trás de uma capa bem espessa de arrogância, para impedir que a falta de autoestima venha à superfície.

Mesmo quando aparentemente praticamos condutas antagônicas conosco e com os outros, se investigarmos com honestidade, chegaremos ao ponto em que as atuações internas e externas convergem. Há uma semente em comum, mesmo que as ramificações pareçam distintas.

Já percebeu como muitas vezes tentamos aprimorar a forma como tratamos as pessoas, mas não conseguimos? Nós nos sentimos frustrados e impotentes diante do automatismo que nos faz agir diferente de nossa intenção. Por que será que, mesmo com as melhores intenções, não conseguimos sofisticar nosso comportamento?

O problema está em querer corrigir o sintoma, quando a cura só se dá quando atuamos na causa. E a causa está sempre do lado de dentro.

Se queremos aperfeiçoar nossas interações com os outros, precisamos lapidar nossas interações com nós mesmos.

Caso contrário, seremos eternas marionetes da nossa mente e seguiremos repetindo com o mundo a mesma qualidade de condutas que oferecemos a nós mesmos.